30.11.13

Paixões de Cristo do século XVI pela primeira vez em Lisboa: concerto no Convento da Encarnação

 

> Sábado, 30 de Novembro, 15h30
> Lisboa, Convento da Encarnação
> Concerto integrado na Temporada “Música em São Roque”, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
> Mais informações em http://www.scml.pt/musica_em_sao_roque/

PROGRAMA

“As Paixões de Guimarães”
Segundo o códice crúzio SL 11-2-4 da Sociedade Martins Sarmento

Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Matthaeum

Miserere mei, Deus

Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Johannem

Benedictus

Litania Defunctorum

Voces Caelestes
João Rodrigues, tenor
Manuel Rebelo, barítono
Carlos Pedro Santos, barítono
Sérgio Fontão, direcção

Neste concerto, o grupo vocal Voces Caelestes foi constituído pelos seguintes 12 cantores:

Sopranos
Mariana Moldão
Mónica Santos
Rosa Caldeira

Altos
Joana Nascimento
Manon Marques
Michelle Rollin

Tenores
Frederico Projecto
Jaime Bacharel
João Valido Vaz

Baixos
José Bruto da Costa
Pedro Casanova
Ricardo Martins

Breve nota sobre o programa
por José Maria Pedrosa Cardoso

Este concerto resulta de um importante códice musical existente na Sociedade Martins Sarmento (Gs SL 11-2-4), em Guimarães, composto cerca de 1580. Trata-se da música da Semana Santa, na qual é especialmente relevado o canto dramático da Paixão de Cristo, tal como se cantava em Santa Cruz de Coimbra no século XVI. Sabe-se desta evidência pelo facto de existir na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra um códice similar, infelizmente maltratado (Cug MM 56), que teria sido usado na Liturgia do Domingo de Ramos, da Terça, Quarta e Sexta-Feira Santas. O facto de este livro de música se encontrar em Guimarães deve explicar-se pela mesma razão de, entre os três livros de música existentes na Biblioteca Nacional de Portugal que pertenceram ao Convento de Santa Clara de Guimarães, existir um (Ln LC 59) proveniente de Santa Cruz de Coimbra com música de D. Pedro de Cristo, um dos principais compositores daquele mosteiro crúzio e o autor provável das principais polifonias deste códice: uma explicação que a história regista devido à irradiação da importante música criada no dito Mosteiro de Coimbra por outros centros religiosos do nosso país.

Descoberto que foi este códice, devidamente estudado e contextualizado em tese de doutoramento, primeiro, e logo preparado para sair a público em edição fac-similada e cuidadosamente apresentada, com a respectiva transcrição para música moderna, graças ao investimento de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, assim se tornou possível a execução moderna da música utilizada na Semana Santa de Coimbra e Guimarães. Na música das duas Paixões, que aqui vão ser cantadas, e em relação ao que acontecia já em todas as igrejas portuguesas do século XVI, em que o tonus passionis era muito diferente do praticado em toda a cristandade, sobressaem duas autênticas novidades: a primeira é a existência de alguns versículos da Paixão cantados a três vozes, especialmente alguns ditos de Cristo, assim obviamente enfatizados; e a segunda é um canto monofónico claramente mensuralizado, isto é, submetido a regras de ritmo por vezes muito diferenciado. Tudo o qual se explica pela mística da Paixão concebida no Mosteiro de Santa Cruz, justificando bem o seu nome, e pela fama que tiveram os cantores do mesmo Mosteiro, reconhecida até na vizinha Espanha.

Este concerto das antigas Paixões de Guimarães, e Coimbra, vai ser acompanhado por duas versões salmódicas e uma ladainha de defuntos, a quatro vozes, do mesmo códice da Sociedade Martins Sarmento e terá ainda o contributo especial do canto das turbas da Paixão composto por D. Pedro de Cristo, tal como existe na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Cug MM 18 e MM 53).

Apresenta-se, assim, em versão de concerto, e pela primeira vez em Lisboa, o canto solene da Paixão, tal como se teria feito em Guimarães, provavelmente na Colegiada da Oliveira, a partir do século XVI, no qual o texto do Evangelho era assinalado por três diáconos cantores, os quais, além de executarem a três vozes os versos especiais acima referidos, repartiam entre si o drama da Paixão cantando em diferentes níveis de recitativo, os papéis de narrador, do Cristo e dos restantes personagens intervenientes no relato evangélico.

2.11.13

Nona Sinfonia de Beethoven no CCB


> Sábado, 2 de Novembro, 21h00
> Lisboa, Centro Cultural de Belém [Grande Auditório]
 
 
Luigi Nono (1924-1990)
Hay que caminar soñando
 
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Sinfonia n.º 9
 
Orquestra de Câmara Portuguesa
Voces Caelestes
Ana Paula Russo, soprano
Susana Milena, meio-soprano
João Cipriano Martins, tenor
Tiago Matos, barítono
Pedro Carneiro, direcção
 
Neste concerto, o coro Voces Caelestes foi constituído pelos seguintes 28 cantores:
 
Sopranos
Ariana Moutinho Russo
Marisa Figueira
Patrycja Gabrel
Raquel Alão
Rute Dutra
Sandra Lourenço
Susana Duarte
 
Altos
Carolina Figueiredo
Inês Madeira
Joana Nascimento
Lisa Tavares
Maria Salazar
Michelle Rollin
Patrícia Mendes
 
Tenores
Aníbal Coutinho
Frederico Projecto
Jaime Bacharel
João Rodrigues
João Sebastião
Nuno Fonseca
Pedro Rodrigues
 
Baixos
Carlos Pedro Santos
Filipe Leal
José Bruto da Costa
Manuel Rebelo
Nuno Fidalgo
Rui Baeta
Rui Borras

19.5.13

"Rosa Immaculata": concerto em Setúbal



> Domingo, 19 de Maio, 18.30
> Setúbal, Igreja de São Sebastião
> Concerto de encerramento do Festival de Música de Setúbal, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, em parceria com The Helen Hamlyn Trust
> Entrada livre com reserva obrigatória (telefone: 265 522 127)

PROGRAMA

Francis Poulenc (1899-1963)
Salve, Regina

John Joubert (n. 1927)
There is no rose of such virtue

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Ave, Maria

Eurico Carrapatoso (n. 1962)
Ave, Maria

Morten Lauridsen (n. 1943)
O magnum mysterium

Espiritual negro / arr. Franklin Kinsman
Mary had a baby

Fernando Lopes-Graça (1906-1994)
Partidos são de Oriente

Espiritual negro / arr. Jester Hairston
Amen

Herbert Howells (1892-1983)
A Spotless Rose

Arvo Pärt (n. 1935)
Nunc dimittis

John Tavener (n. 1944)
Hymn for the Dormition of the Mother of God

Frank Ferko (n. 1950)
Motet for the Falling Asleep of the Mother of God

Benjamin Britten (1913-1976)
A Hymn to the Virgin

Pierre Villette (1926-1998)
Hymne à la Vierge

John Rutter (n. 1945)
There is a flower

Edvard Grieg (1843-1907)
Ave, maris stella

Voces Caelestes
Sérgio Fontão, direcção

Neste concerto, o coro Voces Caelestes foi constituído pelos seguintes 16 cantores:

Sopranos
Graziela Lé
Mariana Moldão
Marisa Figueira
Susana Duarte

Altos
Joana Nascimento
Manon Marques
Michelle Rollin
Patrícia Mendes

Tenores
António Gonçalves
Diogo Pombo
Frederico Projecto
Pedro Miguel

Baixos
Filipe Leal
José Bruto da Costa
Manuel Rebelo
Rui Borras

23.3.13

Paixões de Cristo do século XVI em estreia moderna: concerto em Guimarães


> Sábado, 23 de Março, 18.00
> Guimarães, Igreja de São Francisco
> Organizado por Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura
> Entrada livre

PROGRAMA

"As Antigas Paixões de Guimarães" 
Segundo o códice crúzio SL 11-2-4 da Sociedade Martins Sarmento 

Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Matthaeum 

Miserere mei, Deus 

Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Joannem

Benedictus

Litania Defunctorum 

Voces Caelestes 
. João Rodrigues, tenor 
. Manuel Rebelo, barítono 
. Carlos Pedro Santos, barítono 
Coro da Academia de Música Valentim Moreira de Sá 
Sérgio Fontão, direcção

Breve nota sobre o programa
por José Maria Pedrosa Cardoso

Este concerto resulta de um importante códice musical existente na Sociedade Martins Sarmento (Gs SL 11-2-4), composto cerca de 1580. Trata-se da música da Semana Santa, na qual é especialmente relevado o canto dramático da Paixão de Cristo, tal como se cantava em Santa Cruz de Coimbra no século XVI. Sabe-se desta evidência pelo facto de existir na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra um códice similar, infelizmente maltratado (Cug MM 56), que teria sido usado na Liturgia do Domingo de Ramos, da Terça, Quarta e Sexta-Feira Santas. O facto de este livro de música se encontrar em Guimarães deve explicar-se pela mesma razão de, entre os três livros de música existentes na Biblioteca Nacional de Portugal que pertenceram ao Convento de Santa Clara de Guimarães, existir um (Ln LC 59) proveniente de Santa Cruz de Coimbra com música de D. Pedro de Cristo, um dos principais compositores daquele mosteiro crúzio e o autor provável das principais polifonias deste códice: uma explicação que a história regista devido à irradiação da importante música criada no dito Mosteiro de Coimbra por outros centros religiosos do nosso país.

Descoberto que foi este códice, devidamente estudado e contextualizado em tese de doutoramento, primeiro, e logo preparado para sair a público em edição fac-similada e cuidadosamente apresentada, com a respectiva transcrição para música moderna, graças ao investimento de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, assim se tornou possível esta primeira execução moderna da música utilizada na Semana Santa de Coimbra e Guimarães. Na música das duas Paixões, que aqui vão ser cantadas, e em relação ao que acontecia já em todas as igrejas portuguesas do século XVI, em que o tonus passionis era muito diferente do praticado em toda a cristandade, sobressaem duas autênticas novidades: a primeira é a existência de alguns versículos da Paixão cantados a três vozes, especialmente alguns ditos de Cristo, assim obviamente enfatizados; e a segunda é um canto monofónico claramente mensuralizado, isto é, submetido a regras de ritmo por vezes muito diferenciado. Tudo o qual se explica pela mística da Paixão concebida no Mosteiro de Santa Cruz, justificando bem o seu nome, e pela fama que tiveram os cantores do mesmo Mosteiro, reconhecida até na vizinha Espanha.

Este concerto das antigas Paixões de Guimarães, e Coimbra, vai ser acompanhado por duas versões salmódicas e uma ladainha de defuntos, a quatro vozes, do mesmo códice da Sociedade Martins Sarmento e terá ainda o contributo especial do canto das turbas da Paixão composto por D. Pedro de Cristo, tal como existe na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Cug MM 18 e MM 53).

Apresenta-se, assim, em versão de concerto, e pela primeira vez nos tempos modernos, o canto solene da Paixão, tal como se teria feito em Guimarães, provavelmente na Colegiada da Oliveira, a partir do século XVI, no qual o texto do Evangelho era assinalado por três diáconos cantores, os quais, além de executarem a três vozes os versos especiais acima referidos, repartiam entre si o drama da Paixão cantando em diferentes níveis de recitativo, os papéis de narrador, do Cristo e dos restantes personagens intervenientes no relato evangélico.

11.1.13

Concerto Divino Sospiro & Voces Caelestes: entrevista


José António Tenente entrevista Sérgio Fontão a propósito do concerto realizado no dia 5 de Janeiro de 2013 na Igreja da Senhora da Boa-Nova (Estoril), no qual participaram a orquestra barroca Divino Sospiro, o coro Voces Caelestes, os solistas Sandra Medeiros (soprano), Carolina Figueiredo (meio-soprano) e Filippo Mineccia (contratenor) e o maestro Massimo Mazzeo.

Foi a primeira vez que o coro Voces Caelestes e Divino Sospiro trabalharam juntos. Pode falar-nos um pouco dessa experiência?!
Quando o Massimo (Mazzeo) me propôs que as Voces Caelestes participassem neste concerto, a minha reacção foi de grande entusiasmo, porque admiro muito o trabalho do Divino Sospiro. Isto aconteceu há uns meses, e já nessa altura eu pressentia que esta seria uma colaboração de grande sucesso, porque os dois agrupamentos têm muitas afinidades na forma como encaram a música que interpretam. Essa minha "suspeita" veio a confirmar-se plenamente no decurso dos ensaios e do concerto, o que me leva a crer que esta é uma parceria com pernas para andar, convicção que é partilhada pelo Massimo.

E sobre o programa? O que lhe merece maior destaque?
Foram escolhidas obras de quatro compositores maiores do barroco, o que, por si só, não garante um bom programa de concerto. No entanto, o Massimo conseguiu encontrar um bom equilíbrio entre obras para voz solista (Bach e Hasse) e obras para coro (Buxtehude e o 'Credo' de Vivaldi), terminando com uma peça que inclui a participação de todos (o 'Magnificat' de Vivaldi). Uma solução que merece o meu aplauso.

É sempre um desafio?
E que desafio! Transformar uma partitura, que é algo inerte, numa obra musical viva, orgânica, é um trabalho fascinante. É um acto de criação que alimenta diariamente a nossa paixão pela música.

Há algum repertório que seja mais adequado ao vosso agrupamento, no qual se sintam mais 'em casa', ou podem cantar tudo? (risos)
O primeiro projecto das Voces Caelestes foi uma ópera barroca - a magnífica 'Platée', de Rameau. Foi há mais de 15 anos, e desde então temos cantado um pouco de tudo, da música medieval à criação musical dos nossos dias. Mas regressamos com frequência à música barroca, que nos dá imenso prazer. E foi com um sorriso nos lábios que ouvimos o Massimo dizer, num dos ensaios: "Este é o vosso repertório!”

Próximos projectos?
Em 2013, vamos apresentar um programa de música mariana do século XX 'a cappella' e um programa, igualmente 'a cappella', dedicado a um dos maiores compositores do século passado, Benjamin Britten, assinalando os 100 anos do seu nascimento. Outros projectos incluem música de Beethoven e Mozart. Brevemente, mais detalhes na nossa página do Facebook e no nosso blogue.

5.1.13

Divino Sospiro & Voces Caelestes no Estoril


> Sábado, 5 de Janeiro, 21.30
> Estoril, Igreja da Senhora da Boa-Nova
> Entrada livre

PROGRAMA 

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Jauchzet Gott in allen Landen, BWV 51

Dietrich Buxtehude (1637-1707)
Der Herr ist mit mir

Johann Adolph Hasse (1699-1783)
Alma Redemptoris Mater

Antonio Vivaldi (1678-1741)
Credo, RV 591
Magnificat, RV 611 

Divino Sospiro
Voces Caelestes
Sandra Medeiros, soprano
Carolina Figueiredo, meio-soprano
Filippo Mineccia, contratenor
Massimo Mazzeo, maestro

Neste concerto, o coro Voces Caelestes foi constituído pelos seguintes 24 cantores:

Sopranos 
Graziela Lé
Marisa Figueira
Mónica Santos
Rosa Caldeira
Rute Dutra 
Susana Duarte

Altos
Catarina Saraiva

Fátima Nunes
Joana Nascimento
Manon Marques
Michelle Rollin
Patrícia Mendes

Tenores
Diogo Pombo
Frederico Projecto
João Barros
João Valido Vaz 
Pedro Miguel
Sérgio Fontão

Baixos
André Baleiro

Filipe Leal
Gonçalo Abrantes
José Bruto da Costa
Ricardo Martins
Rui Borras