28.3.09

Crioulo: ópera cabo-verdiana no CCB



> Sexta-feira, 27 de Março, 21.00
> Sábado, 28 de Março, 21.00
> Lisboa, Centro Cultural de Belém [Grande Auditório]
> Co-produção Centro Cultural de Belém / Procur.arte
> Mais informações em
http://www.ccb.pt/sites/ccb/pt-PT/Programacao/Opera/Pages/Crioulo.aspx

PROGRAMA

CRIOULO
António Tavares, direcção artística, coreografia e ideias dramatúrgicas
Vasco Martins, música e libreto
Pedro Neves, direcção musical
Carla Simões, soprano
Sara Tavares, participação especial
Voces Caelestes
Quarteto Artzen
Ana Pereira, violino I
Ana Serrão, violino II
Joana Cipriano, viola
Carolina Matos, violoncelo
Janete Santos, flauta
Carla Duarte, oboé
Gonçalo Pereira, contra-fagote
Filipe Coelho, trompete
Thomas William Gomes, trompa
Sandro Andrade, marimba
Geoclandio Santos, percussão
Jon Luz, voz e cavaquinho
Sérgio Figueira, violão
Luís Ramos, violão
Ana Santos, Bruno Alves, Catarina Gonçalves, Djamilson Pereira Barreto, Francisco Rousseau, Graça Reis, Hélio Santos, Kelly Nakamura, Raquel Nicoletti, Ricardo Molar, Rita Omar e Rosy Tavares, bailarinos
Marcelino Sambé, Mateus Silva, Hugo Mega (estagiário) e Emerson Santos (figurante), participação especial
Catarina Picciochi, espaço cénico e assistência artística
Jorge Ribeiro, desenho de luz
Felício Fialho, desenho de som
Sofia Vilarinho, figurinos
João Frango, direcção técnica e de cena
Paula Pinto, assistência coreográfica e ensaios
Marta Ferreira e Nuno Salgado, fotografia

Neste espectáculo, o grupo vocal Voces Caelestes foi formado pelos seguintes 8 cantores:

Sopranos
Rosa Caldeira
Verónica Silva

Altos
Mafalda Borges Coelho
Manon Marques

Tenores
Jaime Bacharel
João Moreira

Baixos
Gonçalo Abrantes
Rui Borras

3.3.09

Que força é essa?



Deus. Pátria. Revolução

Recriação musical de Luís Bragança Gil. Solistas: Alexandra Moura (soprano), Inês Madeira (mezzo), Fernando Guimarães (tenor) e Rui Baeta (barítono). Coro Voces Caelestes. Orquestra Aldrabófona. Direcção cénica: Luís Bragança Gil e António Pires. Dramaturgia: Luísa Costa Gomes e Luís Bragança Gil. Lisboa, Centro Cultural de Belém. 28 de Fevereiro às 21h00. Sala cheia

"Não discutimos Deus e a virtude. Não discutimos a Pátria e a sua história. Não discutimos a Autoridade e o seu prestígio." São palavras de um discurso de Salazar em 1936. Mas juntar o Deus e a Pátria à Revolução, só pode ser uma provocação. E não é que é mesmo?

Este espectáculo é o oposto do "não discutimos". A recriação/colagem proposta pelo compositor e investigador Luís Bragança Gil (que aqui também foi maestro) é muito discutível. Ainda bem. Se Deus. Pátria. Revolução não for pensado, falhará os seus intentos: ser uma proposta crítica de escuta de um grande conjunto de canções passadas, de hinos fascistas a canções de luta contra o salazarismo, e do nacional-cançonetismo à música de José Afonso. Ao contrário dos hinos do fascismo (ou do futebol, entre outros) feitos para obedecer - ou comprar - sem pensar duas vezes, este espectáculo exige pensar duas vezes.

Duas ou mais: quando ouvimos aplaudir durante o espectáculo um hino colonialista e militarista como Angola é nossa, símbolo do terror, é inevitável pensar: "O que é que estão a aplaudir?" Terá falhado o espectáculo, ou o sentido crítico dos espectadores? Ou alinharam na brincadeira de "seguir os hinos"? Na encenação a luz muda, e mudamos de quadro. Felizmente, Angola não é nossa. Não é sempre para rir, esta comédia. Nem se pode ir cegamente atrás.

O espectáculo propõe uma escuta no teatro (os primeiros quadros são muito conseguidos), num lugar que reenquadra as canções. Muda-lhes os sentidos. Mas surge uma questão de peso - como tornar leves canções que serviram a exploração e a guerra? Como tirar as canções da história para as escutar com outra frescura sem esquecer que algumas outras (as marchas, danças e canções de Fernando Lopes Graça) foram proibidas e que se podia ser preso por cantá-las? Cheio de armadilhas, o espectáculo contorna bem muitas, mas é menos claro noutras ocasiões, quando ridiculariza apenas ou quase cai no medley (na "feira da revolução"). Junta canções inconciliáveis, cria a ambiguidade, para dar depois um murro no estômago. E dá mesmo, na emoção de Os homens que vão prà guerra, muito bem cantado pelo coro Voces Caelestes, que fez um belo, empenhado (e difícil) trabalho em todo o espectáculo. É verdadeiramente cómica a canção ligeira Não, não e não (excelente aqui Alexandra Moura) depois da extraordinária Arte de furtar (de José Afonso) na grande interpretação de Inês Madeira, sempre muito clara na dicção (e o texto também faz parte da forma das canções). O canto operático serve bem a comédia, mas pode falhar nalgumas canções de Zeca Afonso ou Sérgio Godinho. As muito boas vozes e o trabalho de equipa de Rui Baeta, Fernando Guimarães, Inês Madeira, Alexandra Moura e do coro responderam à questão do "como cantar isto?".

Pequenos enganos nas letras das canções podiam ser corrigidos. Mas o fundamental foi o ritmo e a adrenalina de Deus. Pátria. Revolução (para isso contribuiu também a força da Orquestra Aldrabófona), fruto de um inteligente trabalho de organização, sobreposição e confronto dos materiais. Uma trama cénica e musical que interroga a (perigosa) capacidade que a música tem de mobilizar as massas. "Que força é essa que te manda obedecer?"

[Jornal Público, 3 de Março de 2009. Crítica de Pedro Boléo.]

2.3.09

"Deus. Pátria. Revolução" em Lisboa



> Sábado, 28 de Fevereiro, 21.00
> Domingo, 1 de Março, 17.00
> Segunda-feira, 2 de Março, 21.00

> Lisboa, Centro Cultural de Belém [Pequeno Auditório – Sala Eduardo Prado Coelho]
> Co-produção Centro Cultural de Belém / Ar de Filmes / Teatro Nacional de São João
> Mais informações em
http://www.ccb.pt/sites/ccb/pt-PT/Programacao/Teatro/Pages/DEUSPÁTRIAREVOLUÇÃO.aspx

PROGRAMA

DEUS. PÁTRIA. REVOLUÇÃO
Luís Bragança Gil, autoria, orquestrações, direcção musical
Luís Bragança Gil e António Pires, direcção cénica
Luísa Costa Gomes e Luís Bragança Gil, dramaturgia
João Mendes Ribeiro e Luísa Bebiano Correia, cenografia
Maria Gonzaga Guarda Roupa, Lda., figurinos
Vasco Letria, desenho de luz
Paulo Abelho e João Eleutério, desenho de som
Nicholas McNair, assistente de direcção musical e músico co-repetidor
Sérgio Fontão, assistente de direcção coral
Didier Chazeau, assistente cénico e de movimentos coreográficos
Joana Pupo e Graciano Dias, assistentes de encenação
Marta Pedroso, apoio à direcção de cena
Tânia Marques, maquilhadora
Manuel Vitória, construção do cenário
Armazém 42, gravações de estúdio
Alexandre Oliveira, produtor
Ana Bordalo, produção executiva
Sara Abreu e Ana Gusmão, assistentes de produção

Alexandra Moura, soprano
Inês Madeira, meio-soprano
Fernando Guimarães, tenor
Rui Baeta, barítono
Voces Caelestes
Orquestra Aldrabófona
Miguel Cepeda, clarinete
Jean-Marc Charmier, trompete e acordeão
Eduardo Lala, trombone
José Soares, guitarra semi-acústica
Hugo Antunes, contrabaixo
Pedro Araújo, bateria/percussão
Nicholas McNair, piano

Neste espectáculo, o grupo vocal Voces Caelestes foi formado pelos seguintes 8 cantores:

Sopranos
Rosa Caldeira
Verónica Silva

Altos
Inês Martins
Manon Marques

Tenores
Jaime Bacharel
Sérgio Fontão

Baixos
Gonçalo Abrantes
Manuel Rebelo